Investimentos estrangeiros no Brasil geram alta lucratividade «Voltar
O Brasil tem atraído, há muitos anos, uma grande leva de investidores estrangeiros, porém um grupo forte tem chamado especial atenção: os Fundos Soberanos de Cingapura.

Rubens Serra e José Henrique Azeredo, sócios da B2L Investimentos S/A, estiveram recentemente naquele país do sudeste asiático participando da apresentação de um novo empreendimento imobiliário no nordeste brasileiro. Promovido por um grupo de investidores asiáticos que já possuem projetos realizados no Brasil, o evento contou com cerca 1.100 participantes - em sua maioria de Cingapura mas com presenças significativas da Tailândia, Malásia e Hong Kong - e teve como objetivo atrair investidores para o negócio.

O resultado superou as expectativas. Para efeitos de comparação, hoje a rentabilidade de um investimento local, em Cingapura, é em geral de 1% ao ano, já no Brasil a lucratividade atinge índices bem maiores. No caso de empreendimentos imobiliários, por exemplo, o rendimento supera 12% ao ano, o que torna o negócio bastante atrativo.

“A operação dos fundos é fantástica porque a 20 mil quilômetros daqui, os investidores asiáticos acreditam, apostam e confiam a ponto de colocar seu dinheiro em um projeto imobiliário. Este tipo de produto vem sendo repetido com sucesso e os investidores estão extremamente satisfeitos”, conta Rubens Serra.

E se engana quem pensa que, por causa do atual cenário de crise, os investimentos estão sendo reduzidos no Brasil. De acordo com Serra, os investidores via Fundos Soberanos não estão preocupados com a situação de nossa economia, pois a visão deles é de que a crise não é econômica, mas sim política e passageira. O sucesso deste evento em Cingapura comprova isso. "Foram levantados cerca de US$ 12 milhões para um empreendimento imobiliário no nordeste brasileiro. O discurso deles é que o melhor momento para se investir no Brasil é agora, já que os ativos estão mais baratos”, explica Serra, sócio gestor da B2L.

José Henrique Azeredo, também sócio da B2L em Natal (RN), entende bem como negociar com os investidores asiáticos. Desde 2012, assessora e estrutura junto a grupos de investidores de Cingapura negócios que somam US$ 150 milhões em projetos imobiliários no Nordeste do Brasil.

“Eu e o Rubens Serra participamos juntos desta recente rodada de negócios com investidores da Ásia para que juntos avaliemos como podemos potencializar negócios no resto do país por meio de outros sócios da B2L que têm atuação na área imobiliária. O apetite desses fundos é grande. Eles querem investir em projetos no Brasil que vão desde a construção de shoppings, hotéis e torres comerciais até galpões e condomínios comerciais e residenciais”, detalha Azeredo.

Outros Fundos estão fazendo grandes negócios no Brasil. Recentemente o Fundo Soberano de Cingapura (GIC) adquiriu uma fatia de 13% do capital da Rede D’Or, maior grupo hospitalar do país, por US$ 1 bilhão, segundo fontes do setor. E a Temasek, empresa de investimentos também de Cingapura, fechou negócio com a Klabin, empresa brasileira de papel e celulose. Ao lado do grupo Ligna, a companhia se comprometeu a investir até US$ 550 milhões (cerca de R$ 1,27 bilhão) em debêntures conversíveis em ações da companhia.

De acordo com a Associação Internacional dos Fundos de Investimento (IIFA, na sigla em inglês), no final de 2013, o patrimônio administrado pelos fundos de investimento em todo o mundo era o equivalente a R$ 72,32 trilhões. E segundo o último estudo de Towers Watson sobre as 500 maiores administradoras mundiais de fundos, os 20 maiores grupos concentram sob sua gestão 41,4% dos ativos.

Os fundos de investimentos canalizam a poupança de milhões de poupadores particulares em todo o mundo e desempenham um papel-chave no financiamento de empresas dos mais variados setores, como mineração, energia renovável, imobiliário, entre outros.

A B2L Investimentos atua junto a empresas e fundos de investimentos. Seu grande diferencial é a parceria com os maiores fundos nacionais e estrangeiros,observando e prospectando o movimento de médias empresas em 25 estados brasileiros.

“Eu acredito que no mundo ainda temos situações de sobra de dinheiro. O que falta são bons negócios. Aquele que tiver um bom negócio na mão terá uma ferramenta e tanto. E não necessariamente terá que se desfazer de sua empresa;ele pode apenas trazer um sócio ou fundos que injetem recursos para incrementar o negócio. Os fundos continuam buscando boas oportunidades no mundo inteiro e com o Brasil não é diferente. Eles estão animados, querendo conhecer mais o país”, explica Rubens Serra.

Há dois meses, em visita ao Brasil, o vice-premiê e ministro das Finanças de Cingapura, Tharman Shanmugaratnam, já havia declarado que empresas e o Fundo Soberano de Cingapura (GIC) estão interessados no plano de investimentos brasileiro de infraestrutura. "O mais importante foi me encontrar com líderes empresariais brasileiros que têm relações com Cingapura e a Ásia, e com executivos de Cingapura que veem oportunidades no Brasil. As melhores oportunidades de investimentos estão nos períodos de dificuldades", observou. Nesta mesma época, foram anunciados grandes negócios envolvendo o GIC no Brasil.