Cooperativa de crédito é opção de juros baratos «Voltar
Por Rafael Sânzio, Hoje em Dia

Com os juros bancários na estratosfera, girando em torno de 5% ao mês no crédito pessoal e de 14,6% no cheque especial, conforme a Fundação Ipead, o melhor mesmo é não se endividar. Com essas taxas, em 12 meses um empréstimo de R$ 10 mil se transforma em R$ 17,9 mil no crédito pessoal e em R$ 51,3 mil no especial. Endividar-se com essas taxas de juros é, literalmente, colocar a corda no pescoço. Mas há uma saída mais barata e pouco divulgada para muita gente que pode estar precisando de um empréstimo. Chama-se cooperativa de crédito, e está disponível em 1.133 instituições em todo o Brasil, conforme o Banco Central.

As cooperativas de crédito mais estruturadas atuam como bancos, oferecendo conta-corrente e poupança, aplicações, empréstimos pessoais, financiamento de veículos e imobiliário e um grande número de produtos. Como não são instituições financeiras tradicionais e não têm objetivo de distribuir lucro máximo para os acionistas, as cooperativas conseguem oferecer taxas de juros mais baratas aos cooperados. E muitas delas não cobram as famigeradas taxas de manutenção de conta.

O levantamento de juros da Fundação Ipead comprova a grande vantagem financeira oferecida pelas cooperativas. Na média, o empréstimo pessoal dessas entidades tem uma taxa mensal de juros de 2,35%. Assim, o mesmo empréstimo de R$ 10 mil, citado no início desta coluna, atingiria o valor de R$ 13,2 mil em 12 meses. Na comparação com o custo do crédito pessoal dos bancos, a economia proporcionada pelas cooperativas é de 59%.

Além do menor gasto com juros e taxas, as cooperativas ainda têm a vantagem de repartir os resultados do fim do ano com os cooperados. É como se fosse um banco que distribui os lucros para os clientes, que também são os donos da instituição.

Na prática, o cooperado é mesmo o dono. Isso porque essas entidades baseiam-se no princípio do associativismo. Para se tornar sócio, é preciso preencher os requisitos definidos no estatuto da entidade e fazer um aporte de capital – que será representado por cotas, como se fossem ações –, que não costuma ser muito alto.

É a titularidade da cota que dará direito à participação nos resultados e o acesso aos diversos produtos oferecidos pela cooperativa. O cooperado também tem direito de participar das assembleias gerais, que definem as diretrizes da entidade, de votar nas eleições de diretoria e ser votado.
Para quem pretende ingressar em uma cooperativa, é recomendável que se tenha uma atitude participativa. Afinal, já que a entidade vai receber seus depósitos bancários e emprestar o dinheiro a terceiros, nada mais natural do que acompanhar os atos da diretoria e os relatórios do conselho fiscal e dos auditores.

As cooperativas de crédito são reguladas e fiscalizadas pelo Banco Central e oferecem praticamente a mesma segurança do sistema financeiro tradicional. Nelas, os depósitos são garantidos pelo Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop), que cobre até R$ 250 mil em caso de intervenção ou liquidação extrajudicial.