Bezerras não colostradas corretamente tem 3 vezes mais chances de mortalidade «Voltar

Resultados de 2018 no programa Alta CRIA apontam que das 51 fazendas avaliadas, houve maior mortalidade quando a transferência de imunidade passiva estava abaixo de 5,5 g/dL

Os dados de 2018 do programa Alta CRIA, desenvolvido pela Alta Genetics, apontaram que bezerras com falha de imunidade passiva (menor do que 5,5 g/dL) tiveram 16% de mortalidade e maiores frequências de diarreia. Os resultados deste ano foram apresentados em encontro anual que contou com a presença de pesquisadores, técnicos e produtores e aconteceu na sede da empresa em Uberaba (MG). Foram avaliadas 51 propriedades em todo o país, totalizando mais de 12 mil dados coletados de janeiro a outubro de 2018.

Segundo o coordenador do programa, Rafael Azevedo, o principal índice observado foi a relação entre a qualidade, tempo e quantidade de colostro oferecido com a incidência de doenças e mortalidade das bezerras. “Do total de propriedades, 30% alegaram não fazer avaliação da transferência de imunidade passiva do colostro, o que nos mostra uma janela ainda mais preocupante, já que não temos nenhum parâmetro da avaliação desses animais”, explica Azevedo. “Por outro lado, dos 70% que avaliam – por diversos métodos – 11% do colostro fresco fornecido ás bezerras estava com qualidade média ou ruim”, acrescenta Azevedo.

Avaliação de transferência de imunidade passiva também apontou que nesses casos de colostro de baixa qualidade o percentual de doenças aumentou. Abaixo de 5,5 g/dL a diarreia e a mortalidade atingiram 48%, ao passo que na proteína sérica igual ou maior do que 5,5 g/dL a taxa de ambos caiu para 31%. Segundo estudo, as principais doenças citadas durante o período de aleitamento foram: diarreia e pneumonia e as maiores frequências ocorrem entre segunda e quinta semana de idade.

Além disso, o Alta CRIA também avaliou a relação das doenças com o ganho de peso ao desaleitamento. No caso do gado Holandês, quando não há registro de diarreia a média é de 832 g/d, mas esse valor pode cair para 656 g/d – perda de 176 g/d - se houver um ou mais casos no rebanho. O mesmo acontece com a pneumonia, onde a queda no ganho de peso diário pode chegar a 107 g/d com um ou mais casos.

“Tudo está relacionado, colostro de baixa qualidade pode ocasionar mais doenças nas primeiras semanas de vida. Ao mesmo tempo, essas doenças reduzem o ganho de peso diário das bezerras, que vão impactar diretamente na produção e na expressão genética desses animais”, explica Azevedo.

O fornecimento de colostro de qualidade aos recém-nascidos é a principal forma de passagem de imunidade passiva. Ao nascerem, os bovinos não possuem o sistema imune maturo e são incapazes de produzir anticorpos para os desafios do ambiente externo. Entretanto a colostragem adequada, respeitando tempo, quantidade e qualidade ideais, ainda é um desafio. Mas, “hoje os produtores já possuem ferramentas que auxiliam nesse processo, como o colostro em pó bovino 100% natural que pode substituir ou enriquecer o colostro bovino”, destaca Azevedo. As fazendas que tem utilizado nessas técnicas apresentaram excelentes resultados a campo, com a redução de doenças e melhora no ganho de peso diário.

“Sabemos que respeitar os três pilares da colostragem: tempo para o fornecimento (imediatamente após o nascimento ou em até 6 horas após o parto), qualidade do colostro (>50g/L de anticorpos) e a quantidade ingerida (fornecimento de no mínimo 100 g de anticorpos ou a quantidade de colostro referente a 10% do peso corporal ao nascimento), não é fácil. Mas, precisamos avançar nesse cenário e garantir bezerras cada vez mais saudáveis no futuro, por isso, o colostro em pó bovino pode ser um grande aliado nesse processo”, acrescenta o coordenador do programa.

Fonte: Alfapress Comunicações