Propriedade rural muda foco produtivo com assistência técnica e gerencial do Senar/SC «Voltar

Família Borga tinha a suinocultura como principal atividade e após bons resultados do programa consolidou-se na atividade leiteira

Por muito tempo a principal fonte de renda da família Borga foi a suinocultura, mas há dois anos essa realidade mudou com a chegada do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) em bovinocultura de leite, na propriedade rural, localizada no município de Salto Veloso, no meio oeste catarinenses. O programa, promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC), órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) e Sindicato Rural de Água Doce, proporcionou além da mudança para o gado leiteiro como principal foco da família, significativos avanços em produção e produtividade. 

O presidente do Sistema Faesc/Senar, José Zeferino Pedrozo, destaca que produzir mais por animal na propriedade significa se tornar mais eficiente, sendo esse um segredo de sucesso em qualquer atividade nos dias atuais. "É justamente com esse olhar que o Sistema Faesc/Senar atua por meio da ATeG, visando contribuir com o aumento da produção, evolução na produtividade e no nível de gestão, além do incremento da renda líquida das propriedades rurais, como foi o caso da família Borga, em Salto Veloso”.  

As mudanças começaram a ser visíveis em agosto de 2016 quando, por meio da ATeG, iniciou o trabalho de gestão, com diagnóstico e planejamento das ações. "O trabalho de visitas mensais feito pelo técnico de campo da ATeG motivou a família a implementar novas mudanças e colocar em prática outras ações que já haviam sido planejadas e por meio do programa se tornaram realidade", afirma o presidente do Sindicato Rural de Água Doce, Vilson Verona. 

Um dos primeiros passos dados pelos produtores, Tranquilo João Borga e Claudete Borga, foi na instalação da sala de ordenha e alimentação. Antes, a ordenha dos animais era realizada no sistema balde ao pé com dois conjuntos, sendo pouco eficiente e desconfortável aos animais e produtor. Com a mudança para o novo sistema de fosso com ordenha canalizada, o trabalho foi otimizado e tornou-se mais ágil. A instalação da sala de alimentação também possibilitou melhoria na oferta dos alimentos, permitindo qualidade e quantidade para as categorias dos animais.

A estruturação do plantel foi outra mudança que deu resultados. No início do programa a propriedade contava com 18 vacas em lactação. Atualmente, o produtor ordenha 23 animais dos quais somente cinco vacas restaram das que estavam em 2016.

"Buscou-se selecionar animais com melhores desempenhos produtivos e sanitários, descartando aqueles com altos índices de Contagem de Células Somáticas (CCS). A maioria das vacas que estão em lactação atualmente foram recriadas na propriedade da família e alguns animais adquiridos de outras propriedades", explica o técnico de campo da ATeG, Rodrigo Campos. 

A ATeG estimulou a família a implementar rotinas de procedimentos padrões de ordenha e limpeza dos equipamentos, visando obter os melhores índices possíveis em Contagem Bacteriana (CBT), CCS, gordura e proteína. Além de buscar cada vez mais conhecimento e qualificar sua atividade.

Por meio de treinamento em inseminação artificial em bovinos, oferecido também pelo Senar/SC, Bruno Borga, filho do produtor, passou a realizar a inseminação nos animais, o que oportunizou melhora nos índices de serviço e prenhes do rebanho.

Outra alteração na propriedade ocorreu na produção de milho, a qual anteriormente era voltada quase que exclusivamente à suinocultura. Com a mudança para a bovinocultura de leite, a área de produção de milho para silagem vem aumentando gradativamente ano a ano.

SUCESSÃO FAMILIAR

As tomadas de decisões no Sítio Tranquilo passaram a ser realizadas em conjunto com a participação de toda a família. O manejo de ordenha é de responsabilidade do filho Bruno, enquanto o gerenciamento econômico e zootécnico é efetuado pelo filho Elton Borga, juntamente com o auxílio de Bruno. Já a atividade de suinocultura, é administrada pelo filho Franciel Borga. Os pais acompanham o desenvolvimento de todas as ações das diferentes atividades. "A sucessão familiar é um dos pontos positivos da propriedade que auxiliaram no sucesso obtido", destaca o supervisor do Senar/SC na região do meio oeste Diego Machado Visintin. 

O superintendente do Senar/SC, Gilmar Antônio Zanluchi, explica que o trabalho de gestão esteve pautado na anotação de todas as despesas, receitas, produção de leite, controle leiteiro, identificação dos animais, entre outros, realizados no caderno de campo do produtor rural fornecido pelo Senar/SC. "Os dados permitiram ao técnico de campo alimentar o software SISATEG – Bovinocultura de Leite e, com isso, gerar Indicadores técnicos e econômicos da propriedade",afirma. 

Os resultados positivos não demoraram a aparecer, a produção de leite em 2018 aumentou em 40% em comparação com a produção de 2017. Segundo o supervisor técnico da ATeG em bovinocultura de leite, Jeam Carlos Palavro, com relação a produtividade, ocorreu uma evolução da média de litros/dia vacas em lactação de 27%. "A qualidade do leite evoluiu significativamente em CBT com melhoria na faixa de 62% em 12 meses, chegando a resultados mensais de 4 mil unidades formadoras de colonia por ml. Com relação a CCS conseguiu melhora de 56%, atingindo alguns resultados mensais abaixo de 200 mil células somáticas por ml", esclarece.   

A coordenadora estadual do programa Paula Araújo Dias Coimbra Nunes salienta que o conhecimento do custo do litro, margem liquida e a margem bruta entre outros indicadores técnicos e econômicos, permitiram que a tomada de decisões fosse feita a partir de dados e informações técnicas, evitando decisões precipitadas que acarretam perda financeira e dificuldade de evolução da atividade.

O gerente do Laticínio Tirol, parceiro do Sistema Faesc/Senar na execução do programa, Fabiano Falchetti, ressalta que o sucesso alcançado na propriedade é fruto de um trabalho conjunto entre técnico e produtor. “Todos os envolvidos nesse processo abraçaram a causa e os resultados foram surpreendentes. A família hoje consegue enxergar a possibilidade de crescer ainda mais consolidando o leite como principal fonte de renda da propriedade”.

Fonte: MB Comunicação