Programa Agrobrazil mostra tradição e inovação da produção gaúcha «Voltar

Durante três dias, diplomatas de nove países conheceram a diversificação produtiva do pampa e as características logísticas da região

Durante três dias a comitiva com representantes das nove embaixadas participantes do Programa de Intercâmbio AgroBrazil conheceu a tradição da agropecuária do Rio Grande do Sul aliada à tecnologia e à sustentabilidade  produtiva. A quinta edição da missão técnica foi organizada pela CNA e Farsul.

Em Dom Pedrito, os diplomatas acompanharam, na quarta (3), o processo de empacotamento de arroz no Engenho Coradini, um empreendimento familiar rural que há quatro gerações atua na produção e industrialização de arroz. “Nossa indústria já destinou o produto brasileiro para mais de 20 países. Em 2018, enviamos carregamento de 18 mil toneladas de arroz para Burkina Faso”, explicou o empresário Hélio Coradini.

Na visita à indústria de beneficiamento do arroz, os diplomatas verificaram todo o processo envolvido na rizicultura. No dia anterior, eles acompanharam o processo produtivo desde a colheita na lavoura até o processo de secagem e armazenamento na estância Santa Maria, em Bagé.

O diretor de Relações Internacionais da CNA e presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, afirmou que a viagem técnica mostrou o alto nível de produção e eficiência do pampa gaúcho, principalmente na produção de grãos e de carne bovina.

“Apresentamos as oportunidades de investimento no Brasil e no Rio Grande do Sul nas áreas de infraestrutura, logística e na produção de alimentos, tendo em vista que o nosso Estado tem forte potencial na integração da agricultura e pecuária”, declarou Gedeão.

A missão foi encerrada com um almoço harmonizado na vinícola Guatambu, que é referência em sustentabilidade agropecuária. A propriedade integra a produção de cinco variedades de uvas viníferas à pecuária de corte e produção de grãos com destaque para arroz, milho e soja.

“Todo o empreendimento envolve o conceito sustentabilidade. Isso faz parte do nosso projeto de valorização do pampa, aliando a tradição gaúcha e inovação tecnológica para aumentar a produtividade agropecuária”, declarou o proprietário Walter José Potter, acrescentando que todo o projeto da Estância Guatambu é planejado do início ao fim.

O local possui um parque com 600 painéis de energia solar, tornando-o autossuficiente em energia para utilização em toda a vinícola. A Guatambu foi a primeira propriedade da América Latina a utilizar energia 100% renovável.

O projeto de intercâmbio AgroBrazil, desenvolvido pela superintendência de Relações Internacionais da CNA tem o objetivo de aproximar adidos agrícolas e representantes de embaixadas dos produtores rurais. Participaram dessa missão técnica, diplomatas da Austrália, Burkina Faso, Chile, China, Egito, França, Irã, Japão e Singapura.

“Trouxemos ao Rio Grande do Sul um grupo eclético de diplomatas que ficou bastante interessado nas características do agro da região. Em relação aos produtores, observamos que eles produzem de maneira eficiente e sustentável diversificando as culturas para o aumento da produtividade. Verificamos que o Estado tem alta capacidade de produção e de exportação”, avaliou a superintendente de Relações Internacionais da CNA, Lígia Dutra.

Para a primeira secretária da embaixada de Singapura, Felicia Chua, foi interessante conhecer as oportunidades e potencialidades do Rio Grande do Sul. Singapura já é parceiro comercial do agro brasileiro, importando principalmente frango, carne suína e carne bovina.

“Foi interessante conhecer o complexo portuário de Rio Grande porque temos empresas bem conhecidas em Singapura que investem em infraestrutura em outros países. Acredito que temos boas oportunidades para o futuro”, observou a diplomata.

O projeto AgroBrazil possibilitou que a conselheira adida agrícola da embaixada do Chile, María José Campos Herrera, estivesse pela primeira vez ao Rio Grande do Sul.

“Para que o Brasil tenha acesso a novos mercados é muito importante que a comunidade internacional conheça em detalhes a produção e diversidade da agropecuária brasileira. Foi um privilégio estar entre as nove delegações estrangeiras dessa missão”, avaliou a diplomata.

O secretário do Ministério de Relações Exteriores do Brasil, Jean Paull Coly, também integrou a comitiva. O diplomata atua em uma das unidades do recém-criado Departamento de Promoção do Agronegócio do Itamaraty.

“Para o MRE é importante ter esse contato com os produtores e os adidos agrícolas estrangeiros. Iniciativas como essa podem gerar boas oportunidades porque  o olhar deles está voltado para a identificação de oportunidades de acordo com as necessidades de seus países de origem”, pontuou Jean Paul.

Fonte: Assessoria de Comunicação CNA/SENAR